Quem convive comigo sabe que, nos últimos tempos, dois assuntos estão em alta nos trending topics da minha cabeça: os fenômenos “trad wife” e “mães de bebê reborn”. Entendê-los se tornou uma leve obsessão e finalmente tô pronta para falar aqui.
Caso seu algoritmo esteja mais protegido que o meu, deixa eu explicar:
O que é trad wife de redes sociais?
Trad wife de redes sociais é a mulher que se dedica exclusivamente a ser dona de casa tradicional, exaltando um estilo de vida anos 1950: marido ganha dinheiro, ela fica em casa "cuidando da família".
Aqui eu não tô falando de ficar em casa porque o capitalismo é cruel e nem porque a vida obriga, não. Não são mães que PRECISAM ficar em casa. É porque elas querem e fazem questão de vender esse modelo como o ideal. De salto, avental e maquiagem impecável às 7h da matina.
Essas cidadãs - que têm casa arrumada, café na cama, pilates às 15h e marido que sustenta tudo sem drama - vendem uma ideia que é TÃO fora da realidade que não tem nem como ser chamada de "sonho". É mais um delírio coletivo patrocinado pela falta de empatia.
E pior: vendem isso no TikTok e no Instagram, explorando o emocional de gente que está REALMENTE fodida pelo capitalismo. Gente que, de tão desesperada, olha esse conteúdo e pensa: "eu gostaria de largar tudo e ser assim".
Será mesmo, amiga? Será que você só não tá exausta?
E eu digo isso porque eu já fui uma dessas pessoas que olhou esse estilo de vida e quis ter igual. Mas, na verdade, é só esse estrume que virou as redes sociais e o universo acabando com qualquer sinal de decência que meu cérebro tenta emitir.
Quando o tema é pilantragem, trad wife de redes sociais tá quase no mesmo nível que Legendários, ou seja, alto.
Vamos para o próximo tema.
O que é mãe de bebê reborn?
Já as mães de bebê reborn são pessoas (geralmente mulheres) que “adotam” bebês de silicone ou vinil hiper-realistas e transformam suas vidas em verdadeiras rotinas de mães.
Estamos falando de quartos completos montados, troca de fralda, amamentação simulada, festas de aniversário e partos emocionantes de bonecas. E eu gostaria muito de estar inventando isso.
Joga aí “padre fabio de melo bebe reborn” no Google!
Já dá para ver que é um hobby caríssimo. Bonecas de qualidade podem chegar a dez mil reais. Montar quarto, enxoval, acessórios... Tem gente se endividando para manter o "filho" reborn. Tem gente que deixa de sair porque "não tem quem cuide do bebê". Tem rotina real. Agenda. Dia de vacina. Comemoração de Dia das Mães.
Juro, meu primeiro pensamento foi: por que não adotar um bicho? ou um bebê?
De certa forma, até entendo a ideia de que têm mulheres passando por lutos fortes e se apegam a isso. Mas, será que é de fato a melhor forma de superar?
Depois descobri que não apenas isso, mas tem gente que faz a si mesma versão boneca reborn. Gente? Freud estaria muito feliz vivendo hoje em dia!!!!!!
Enfim, trocando ideia com meus amigos, chegamos à conclusão de que é bizarro mas que provavelmente tem muito trauma envolvido. E, enquanto não está fazendo mal a ninguém, considero que elas são vítimas - ainda não sei exatamente do quê, mas pilantragem talvez não seja.
Mas, e aí, trad wife de redes sociais e mães de bebê reborn: são pilantras ou vítimas para você?
concordo com seu ponto de vista sobre serem vítimas, afinal, é só num contexto patriarcal e capitalista que essa realidade pode ser um sonho. e nesse contexto somos todos vítimas 👍 mas o lance dos bebês foi novidade pra mim e eu preferiria nunca ter lido isso kkkkk
"Todo bebê é reborn se você é espírita kardecista" !!! GÊNIO!!! kkkkkkkkkkkkkkkkk